segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ZONOTERAPIA



O Dr. William Fitzgerald, considerado o fundador da terapia por zonas, nasceu no ano de 1872, em Cnnecticut, nos EUA. Diplomou-se em medicina na Universidade de Vermont e passou dois anos e meio a trabalhar no Boston City Hospital, exercendo também em hospitais Vienenses e Londrinos. Enquanto trabalhou em Viena, entrou em contato com a obra do Dr. H. Bessler, que investigava, então, a possibilidade de tratar órgãos por meio de pontos de pressão. Fitzgerald reparou que, ao resolver problemas em diferentes pacientes, com uma pequena cirurgia, alguns tinham dores acentuadas, enquanto outro tinha muito pouco. As suas investigações revelavam que os doentes que sofriam poucas dores estavam realmente a provocar em si mesmos um efeito anestésico fazendo pressão em áreas do corpo. Intrigado, continuou a pesquisar tal fenômeno, enquanto trabalhava como diretor médico no Hospital for Diseases of the Ear, Nose and Throat, em Hartford, Connecticut, experimentando muitas das suas teorias nos pacientes. Descobriu que, sendo a pressão aplicada aos dedos, provocava um efeito anestésico na mão, braço e ombro, subindo até aos maxilares, face, orelha e nariz. Utilizou então essa pressão servindo-se de ligaduras de elástico, apertadas na seção média de cada dedo, ou de grampos, que colocava na ponta dos dedos. Era capaz de praticar pequenas cirurgias apenas com o auxílio dessa técnica de pressão. E, ao exercer essa pressão numa determinada zona do corpo, aprendeu a calcular quais as outras partes corporais que seriam afetadas.

Desenvolvendo este seu trabalho, sistematizou o corpo em zonas: estabeleceram dez zonas iguais e longitudinais que percorreriam o corpo, desde o alto da cabeça as pontas dos dedos dos pés. O número dez corresponde ao número de dedos das mãos e dos pés. Cada dedo da mão e do pé ficou abrangido por uma zona. Para chegar ao conceito de divisões zonais, imaginem uma linha que passe pelo centro do corpo, havendo cinco zonas de cada lado dessa linha. O polegar e o dedo grande do pé caem na zona um, enquanto, por exemplo, o dedo mindinho e o dedo menor do pé caem na zona cinco. As zonas têm todas as mesmas larguras e estendem-se através do corpo de frente para trás. A teoria é a seguinte: partes do corpo abrangidas por uma zona estarão ligadas umas as outras pelo fluxo energético existente nessa zona e podem, por conseguinte, afetar-se entre si.

Fitzgerald e o seu colega, Dr. Edwin Bowers, ficaram tão entusiasmados com as suas descobertas que inventaram um método singular de convencer os seus confrades da validade da teoria. Faziam pressão na mão de um indivíduo céptico, e, depois, espetavam um alfinete na zona facial anestesiada pela pressão. Era uma forma bastante radical de validar uma teoria, mas dava resultado. Em 1915, Bowers o artigo que, pela primeira vez, explicou publicamente o tratamento em causa, e que os seus autores tinham designado por “terapias por zonas”. O artigo apareceu na Everybodys Magazine e intitulava-se “Para acabar com essa dor de dentes aperte o seu dedo do pé”!

Em 1917, o trabalho conjunto do Dr. Fitzgerald e do Dr. Bowers foi publicado no livro Zone Therapy. Na primeira edição havia diagramas das zonas dos pés e da correspondente divisão das zonas do corpo. Mas Fitzgerald não prestou qualquer atenção especial às áreas reflexas, hoje tão cruciais na reflexologia moderna.

Segundo o Dr. Fitzgerald a zonoterapia servia para efeitos analgésicos. Demonstrou dez zonas longitudinais que se estendiam desde os dedos até a cabeça. Cada zona corresponde a um dedo específico. O polegar e o hálux (dedão) pertencem “a zona 1, e assim até o mindinho a zona 5. E quanto às zonas transversais, foi identificada pela terapeuta alemã Hanne Marquardt, conforme a gravura abaixo”.

A classe médica daquele tempo não acolheu entusiasticamente as teorias de Fitzgerald, mas houve um clínico que acreditou no seu trabalho, o Dr. Joseph Riley. Fato este bastante audacioso, já que a assistente de investigação de Riley viria a ser Eunice Ingham, que estava destinada a dar a contribuição mais importante a reflexologia dos nossos tempos.

Eunice Ingham (1879-1974) deveria ser referida como a mãe da Reflexologia Moderna, já que foi em conseqüência da sua pesquisa e dedicação infatigáveis que a reflexologia acabou por ser reconhecida. Eunice Ingham separou o trabalho sobre os reflexos dos pés da terapia por zonas em geral. Tinha utilizado a terapia por zonas na sua prática, mas convenceu-se de que os pés deveriam ser alvos específicos da terapia, devido à sua natureza muitíssimo sensível. Mapeou os pés em relação às zonas e seus efeitos no resto do organismo, até, finalmente, ter obtido um “mapa” de todo o corpo nos próprios pés. Tanto sucesso teve a sua descobertas, e tão eficazes se mostraram os seus tratamentos que, em breve, a sua reputação se espalhou. Eunice Ingham transmitiu o seu trabalho ao público e à comunidade em geral, não constituída por médicos, quando se apercebeu de que os leigos podiam aprender as técnicas adequadas de reflexologia para se tratarem, assim como as famílias e aos amigos. Pediram-lhe para falar em convenções, e para partilhar os seus conhecimentos com quiropodistas, massagistas e fisioterapeutas, naturopatas e osteopatas. Durante mais de trinta anos, Eunice Ingham percorreu a América, ensinando o seu método por meio de livros, mapas e seminários a milhares de pessoas, pertencentes, ou não, à área da medicina. Os seus dois volumes Stories The Feet Can Tell (1938) e Stories The Feet Have Told (1951) foram, talvez, as primeiras obras escritas sobre o assunto. Hoje, o seu legado prossegue sob a direção do sobrinho, Dwight Byers, que dirige o Instituto Internacional de Reflexologia de São Petersburgo.

A terapia por zonas é, sem dúvida, a base da reflexologia moderna, e a maior parte dos reflexologistas emprega-a como um acessório útil da reflexologia. Mas, no entanto, o trabalho baseado na ação do SN, constitui de fato, o elo vital entre os pés e resto do corpo.


Bibliografia:

DOIGANS, Inge; ELLIS, Susanne, Reflexologia; Editorial Estampa.

LOURENÇO, Osni Tadeu; Reflexoterapia Podal, Sua saúde através dos pés, Editora Ground, SP
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