sábado, 2 de abril de 2011

Base Fisiológica da Reflexologia e seu Uso como Ferramenta de Diagnóstico


A Reflexologia baseia-se no princípio de que os pés são uma representação ou mapa de todo o corpo. Assim, trabalhando-se manualmente neles, áreas distantes do corpo podem ser tratadas. Tal princípio estende-se por outras áreas: variações nos pés, nas mãos, na face, na língua, nas orelhas ou mesmo nos olhos parecem refletir a ocorrência de variações fisiológicas em outros locais.

O conhecimento atual sugere que a efetividade da Reflexologia possa ser explicada através de conceitos científicos conhecidos, tais como a vasodilatação periférica e a remoção do acúmulo de toxinas, bem como rotas neurais que resultam na redução da percepção da dor.

O mecanismo de funcionamento da Reflexologia ainda não é conhecido, mas a técnica provou possuir efeitos fisiológicos profundos. Os pés são sensíveis à pressão, ao atrito e ao movimento. A pele contém vários tipos de receptores com nervos sensoriais, cada um com diferentes propriedades anatômicas e fisiológicas.

Graus de pressão variados, tais como aqueles gerados pelo toque e pela massagem, estimulam terminações nervosas sensoriais ligadas a estes receptores – surge uma corrente elétrica, que é transmitida pelos nervos sensoriais até o cérebro, onde são interpretadas, gerando a resposta muscular local. Ainda é de grande dificuldade a medição dos parâmetros envolvidos no processo, o que impossibilita a identificação e a caracterização dos mecanismos de ação.

A Teoria do Impulso Nervoso sugere que a pressão aplicada aos pés durante a Reflexologia comprime os receptores celulares, abrindo canais iônicos da membrana plasmática, o que aciona um potencial local de ação que leva mensagens à medula espinhal e/ou ao cérebro. Assim, a Reflexologia pode ter um efeito direto sobre os músculos, tendo como resultado as instruções motoras que surgem em função das mensagens sensoriais recebidas pelos pés.

Muitos reflexologistas detectam pistas sobre as condições do indivíduo a partir dos exames visual e manual dos pés, conseguindo inferir sobre suas condições médicas, sem qualquer conhecimento prévio de sua história.

Deixando de lado por um momento o debate ético sobre a possibilidade de realizar diagnósticos via Reflexologia, iniciar um tratamento sem a aplicação de uma boa Anamnese compromete a credibilidade do profissional.

O diagnóstico médico convencional considera sinais, sintomas, o histórico do paciente e seu modo de vida, os quais, combinados à experiência profissional, capacitam o praticante a desconfiar da presença de uma condição ou de uma doença. Este tipo de procedimento é muito importante para a correta determinação da condição do indivíduo, independentemente da técnica utilizada.

Universidade de Greenwich, Londres, Reino Unido - Complementary Therapies in Clinical Practice, 11, 2005, 58-64.

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