sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Reflexoterapia: A Microssíntese do Eu



Ver um mundo num grão de areia e um céu numa flor silvestre, ter o Infinito na palma da sua mão e a Eternidade numa hora. (poesia de William Blake)

Acima citei a Arte, agora, a Ciência, mas sempre com um certo receio ao aplicar metáforas envolvendo o científico e a Terapia Holística, pois algumas pessoas levam ao pé-da-letra... Pertinente pontuarmos que são analogias, paralelismos, já que nenhuma disciplina da dita "ciência" se ocupou em estudar os fenômenos de nossa profissão.

Para fins didáticos e de entendimento, pediremos emprestados à Física Moderna alguns conceitos da Holografia. O Holograma é um tipo de fotografia especial baseada na luz coerente (laser), inventada por Dennis Gabor (ganhador do Prêmio Nobel).

A placa holográfica aparenta ser um padrão incoerente de ondas; entretanto, quando iluminada por um laser adequado, surge como que pairando sobre ela, uma imagem tridimensional do objeto holografado. Uma das características interessantes da placa holográfica, é a de que, na hipótese de ser fracionada, qualquer "pedaço" do holograma é capaz de reproduzir a imagem TODA, embora com menos detalhes do que se obteria com o holograma inteiro. A holografia possibilita armazenar uma quantidade extrema de informações, com riqueza tridimensional.

Aplicando termos atuais sobre conceitos milenares, metaforicamente, podemos dizer que fazemos parte de e que somos um Holograma Universal, onde tudo está intimamente ligado entre si, nada ocorrendo ao acaso. Microcosmos que somos, nossas energias compõem uma holografia onde toda e qualquer informação psíquica/física se encontra assessível em qualquer parte de nosso ser.

Assim como os cientistas de hoje estudam o macroscópico corpo espelhado no microscópico DNA, os antigos projetavam o TODO de nosso eu, miniaturizado em qualquer região corpórea e por meio deste artifício, realizavam avaliações e até mesmo intervenções capazes de refletir no indivíduo por inteiro.

Por exemplos, analisando a iris (Iridologia), a língua (Semiologia da Língua), o pulso (Pulsologia), podemos realizar uma ReflexoLOGIA e obtermos um quadro sintético que espelha o estado geral da pessoa.

Já atuando seja nas mãos (Quiroterapia), ou nos pés (Podalterapia) ou nas orelhas (Auriculoterapia), além da avaliação, simultaneamente aplicamos a TERAPIA em si, via toque, ou agulhas, imãs, cores, dentre uma vasta gama de opções de ReflexoTERAPIAS.

Qualquer parte do corpo pode ser tomada como uma zona reflexa e, por meio dela, ativarmos uma série de recursos psicofísicos. Outrossim, especificamente na esfera emocinal (neste enfoque, denominamos de Calatonia, termo criado por Pethor Sandor), cada qual parece possuir um tropismo, uma tendência, para aflorar uma temática sob um prisma particular. Os pés, por exemplo, costumam provocar "insights" que enfocam sob um ângulo bastante primordial, básico, terreno, quase material, provocando o contato com traumas ligados à realidade primária. Já a orelha tende a produzir enfoques sob um prisma transcendente, transpessoal (expansão da consciência para além dos limites usuais do ego e da personalidade), levando, até mesmo, a estados alterados de consciência com sensações espirituais e religiosas. Por sua vez, as mãos apresentam ambos os aspectos acima relatados, com ênfase aos momentos atuais.

As teorias que explicam via "anatomia energética" a Reflexologia em nada elucidam essa diferenciação. Já através da análise da simbologia (símbolo é a melhor expressão possível para designar algo desconhecido ou incapaz de ser descrito por palavras) de cada região reflexa distinta, é que chegaremos a algum entendimento... Essa temática será analisada detalhadamente em um artigo à parte.

Com todas as ressalvas, vamos novamente emprestar da Ciência, um de seus episódios mais fascinantes. Trata-se da acalorada discussão para determinar se a luz é partícula (comportamento corpuscular, "matéria") ou onda ("energia"). Quando o experimento direcionava para a hipótese corpuscular, assim se comportava a luz; já quando a proposição era demonstrar sua natureza ondulatória, exatamente desta maneira a luz reagia. Ou seja, duas versões aparentemente antagônicas e autoexcludentes entre si, conviviam tal qual (metáfora, lembre-se...) yin e yang, em eterna oposição complementar e o que mais aguçou a imaginação era questionar como é que a luz "sabia" como se adequar aos experimentos divergentes...

Podemos criar uma analogia com o que constatamos perante os mais diferentes mapeamentos aplicados à Reflexoterapia. Autores discordantes, escolas diversas, cada qual com seus passionais defensores e críticos, nos brindam com mapas de certa semelhança, mas que não raro chegam a se contrariar radicalmente em alguns tópicos. Seria mais simples elegermos um preferido e desdenhar aos demais, contudo, o que constatei por experiência é que, tal qual a discussão partícula ou onda, todos os mapas estão RELATIVAMENTE (perdõe-me, Einstein...) corretos e se complementam, sem se excluir.

Havendo uma boa afinidade entre o Terapeuta Holístico e o mapeamento que elegeu e, claro, uma boa sintonia com o Cliente, neste as zonas reflexas como que atendem à expectativa e comportam-se em sincronicidade com o mapa adotado. Empaticamente, ocorre a adequação entre a zona reflexa e o padrão esperado...

Ilógico ? Impossível ? Com toda certeza... Contudo, discutir com fatos também não é lá muito racional... PRATIQUE, experimente e constate por si mesmo...


Henrique Vieira Filho - Terapeuta Holístico - CRT 21001, é autor de diversos livros da profissão, ministra aulas naCEATH - Comunidade de Estudos Avançados em Terapia Holística.

contato@sinte.com.br

(11) 3171-1913

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